Alguns negligenciam o café da manhã, outros não vivem sem, mas também não se preocupam com o que comem. Mas será que ele é realmente a refeição mais importante do dia? Segundo a médica nutróloga Marcella Garcez, da Associação Brasileira de Nutrologia, não necessariamente. Tudo vai depender muito de cada organismo.
Existem algumas evidências cientÃficas, por exemplo, de que o jejum matinal libera radicais livres que podem piorar a atividade do pâncreas. Isso, ao longo do tempo, pode ajudar na perda de peso e na redução da gordura abdominal.
Mas “por outro lado, outros estudos relatam exatamente o contrário”, revela a médica. Isso significa que o café da manhã pode ser indispensável para algumas pessoas e para outras não.
Verdade. “Mesmo após uma longa noite de sono, o corpo continua funcionando e gastando energia. Por isso, se a pessoa tem muitas atividades pela manhã – intelectuais ou fÃsicas -, não é aconselhável pular o café da manhã. Isso porque pode ocorrer alterações na glicemia que podem causar enjoos, tontura e mal-estar”, explica Marcella.
Mito. Alimentar-se antes de começar a rotina diária é aconselhável, mas não vai fazer perder peso “O que é, de fato, necessário, é combinar a rotina de exercÃcio adequada com os alimentos ideais e na quantidade certa”, revela.
Verdade. “O jejum matinal libera radicais livres que pioram a atividade da insulina, aumentam o perfil inflamatório e podem levar à evolução do colesterol e aumentar o risco de doenças cardÃacas”, aponta a especialista.
Mito. Os carboidratos são nutrientes que precisam estar presentes em todas as refeições. A principal função dele é fornecer energia. “Logo, ingeri-los durante a manhã é muito importante para conseguirmos realizar as atividades do dia”.
Verdade. “Os neurônios utilizam a glicose como principal substrato energético. Portanto, o café da manhã contribui para a realização de atividades que demandem atenção e raciocÃnio”, aponta Marcella.
Verdade. “Se o café da manhã for adequado e equilibrado, seguido de refeições igualmente equilibradas, mas de menor densidade calórica, pode contribuir para compor um bom hábito alimentar”. Além disso, diminui a ansiedade de comer e o desejo por alimentos calóricos, como doces, frituras, salgados e alimentos industrializados.
Depende. Existe quem consiga treinar em jejum sem grandes consequências negativas. Porém, geralmente, praticar atividade fÃsica de alta intensidade pode levar ao consumo das proteÃnas. Então é importante confirmar com o profissional de saúde que acompanha os treinos.
Na refeição, é preciso ter todos os macronutrientes em equilÃbrio, ou seja: proteÃnas de alto valor biológico como ovo queijo magro, iogurte, proteÃna de soja e grão de bico, carboidratos saudáveis, como cereais integrais, aveia e frutas; gordura boa, como sementes oleaginosas e azeite de oliva.
Mas é importante ter em mente que “o acompanhamento nutrológico é essencial para uma dieta saudável e que atenda à s necessidades de cada indivÃduo”, aconselha a médica.